Colégio dos Bombeiros inicia Ciclo de Palestras Preventivas

10 de maio de 2018 - 15:59

O Colégio Militar do Corpo de Bombeiros Escritora Rachel de Queiroz (CMCB) iniciou nesta terça-feira, 08 de maio, um ciclo de palestra sobre o Tema: Prevenção de Suicídio e Redução de Conduta de Risco. O Planejamento inicial prevê palestras para todas as séries do Ensino Médio e Ensino de Jovens e Adultos (EJA) que compreendem 13 turmas e um total de 471 alunos, nos turnos da manhã, tarde e noite.

De acordo com Fernanda Franco, mestre em Psicologia,

“a pessoa, quando tenta se matar, não quer acabar com a vida, mas com o sofrimento para o qual não consegue ver outra saída. Se uma pessoa fala que deseja se matar, é preciso acreditar, apoiar e não a deixar sozinha.

Deve-se tentar compreender a pessoa, sem julgamentos e sem conselhos, apenas ouvindo o que ela tem a dizer e encaminhando-a para serviços de saúde que possam ajudá-la de maneira mais adequada.

No Brasil, é proibido induzir, instigar ou prestar auxílio em casos de autoextermínio. De acordo com nosso Código Penal, há inclusive a possibilidade de uso de força se isso vier a impedir um suicídio. Eutanásia, suicídio assistido e morte digna ainda são tabus em nossas leis, como um reflexo de nossa sociedade”.

SETEMBRO AMARELO

A campanha Setembro Amarelo se originou, em 2014, por meio das parcerias entre o Centro de Valorização da Vida (CVV), o Centro Federal de Medicina (CFM) e a Associação Brasileira de Psicologia (ABP). No mesmo ano, o World Health Statistics (WHO 2014) divulgava que o Brasil estava na 4ª posição entre os países latinos americanos com maior crescimento no número de casos.

O mesmo instituto divulgou que, em 2015, no mundo, a cada segundo, 40 pessoas cometem suicídio. Essa já é a segunda maior causa de morte de pessoas entre 15 e 29 anos de idade. Além disso, na contramão, existem apenas 28 países no mundo que possuem estratégias para prevenção.

Segundo o relatório, indivíduos do sexo masculino cometem mais suicídio do que o feminino e a maior taxa de ocorrências, 75% delas, acontece em países de baixa e média renda.

O Japão, apontado como um país com alta taxa de suicídios, apresentou mais de 25 mil mortes em 2014 – 18,5 autocídios por 100 mil habitantes. Algo em torno de 70 mortes por dia.

No Brasil, de acordo com o último relatório divulgado, ocorrem 32 suicídios por dia – números superiores ao falecimento pelo vírus do HIV. São seis suicidas a cada 100 mil brasileiros.

Apesar de todos os riscos, o tema ainda é um tabu. Pessoas preferem não discuti-lo. Por esse motivo, para desmitificar o assunto, debates, seminários e palestras são tão necessários. A escolha de uma data mundial para trabalhar a prevenção do suicídio – dia 10 de setembro – também foi necessária.

NO COLÉGIO DOS BOMBEIROS ESCRITORA RACHEL DE QUEIROZ

Segundo o Major Bombeiro Militar Edir Paixão, especialista do Corpo de Bombeiros na área de Suicídio, “A Organização Mundial de Saúde (OMS) endossa o diálogo de prevenção como sendo uma das melhores formas de redução dos casos de suicídios, bem como elege o ambiente escolar como o melhor lugar para se educar as pessoas sobre o tema. Dessa forma, o CMCB segue diretrizes internacionais e nacionais, uma vez que a Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP) também preconiza essas ações como eficazes contra a epidemia de mortos voluntários”.

Foi instruído aos alunos que em casos de ajuda, contatarem o Centro de Valorização da Vida (CVV) por meio do número 141, ou pelo site: www.cvv.org.br. A Universidade Federal do Ceará (UFC) por meio do Projeto: Apoio a Vida PRAVIDA que oferece psiquiatria e psicologia gratuita e em caso de urgência: 193 – O telefone que salva!