Colégio dos Bombeiros idealiza Espaço Rachel de Queiroz

27 de fevereiro de 2019 - 16:18

O Colégio Militar do Corpo de Bombeiros Escritora Rachel de Queiroz (CMCB) idealiza e dá os primeiros passos na criação do Espaço Rachel de Queiroz. No seio da formação cidadã e a luz da Educação Literária e pensando na formação de leitores e nossa contribuição para o futuro que está em processo de gestação o Espaço Rachel de Queiroz.

Pensamos em como melhorar a aproximação de nossas crianças e jovens ao universo literário, pois sabemos que em tempos de serviço de streaming e canais por TV paga, jogos eletrônicos e redes sociais, reservar um momento do dia para o exercício da leitura, de fato, exige um quê de dedicação. Nesse contexto, formar leitores competentes revela-se um verdadeiro desafio.

Conforme Januária Cristina Alvesibi (2016) “Em linhas gerais, a Educação Literária tem como objetivo principal formar o que chamamos de “leitor competente”, aquele leitor que não só decodifica o texto, mas compreende suas múltiplas funções, atribuindo-lhe um sentido e, mais, relacionando-o com as experiências vividas e o compartilhando socialmente”.

Em 2016, diante dos resultados da 4ª edição da pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, realizada pelo Instituto Pró-Livro, evidenciou uma situação preocupante ao analisar o comportamento leitor do brasileiro. Segundo o levantamento, quase metade (44%) da população não lê, apresentando como motivos desde a falta de tempo, disposição e paciência até a dificuldade e desgosto pela prática.

A Educação Literária começa a partir do momento que a criança atribui um significado às experiências vividas. Como bem definiu o grande educador brasileiro Paulo Freire: “A leitura do mundo precede a leitura da palavra”. Ou seja, quando lemos o mundo, tentando compreender o que se passa nele e o que acontece conosco, já estamos praticando a Educação Literária. Nesse sentido, ela é papel da família, da escola e de toda a sociedade, que deve disponibilizar elementos, propiciar diferentes experiências e compartilhar os diversos significados das possíveis leituras da realidade para que as crianças sejam educadas para essa leitura mais ampla. É fundamental que todos acreditem em seu papel de mediador para que a Educação Literária aconteça cotidianamente.

Rachel de Queiroz nasceu, em Fortaleza, Ceará, no dia 17 de novembro de 1910. Filha de Daniel de Queiroz Lima e Clotilde Franklin de Queiroz é parente, pelo lado materno, da família de José de Alencar.

Rachel de Queiroz (1910-2003) foi uma escritora brasileira. A primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras e a primeira mulher a receber o Prêmio Camões. Foi também jornalista, tradutora e teatróloga. Seu primeiro romance “O Quinze”, ganhou o prêmio da Fundação Graça Aranha. O romance “Memorial de Maria Moura” foi transformado em minissérie para televisão.

Rachel de Queiroz foi eleita para a Academia Brasileira de Letras em 4 de agosto de 1977. Foi a primeira mulher a entrar para a Academia Brasileira de Letras, tomado posse em 4 de novembro de 177, ocupando a cadeira nº. 5.

Rachel de Queiroz recebeu diversos prêmios, entre eles, o Prêmio Machado de Assis (1957) pelo conjunto de sua obra, o Prêmio Nacional de Literatura de Brasília pelo conjunto de obra (1980), o título de Doutor Honoris Causa pela Universidade Federal do Ceará (1981), a Medalha Rio Branco, do Itamarati (1985), o Prêmio Luís de Camões (1993), sendo a primeira mulher a receber essa honraria, e o título de Doutor Honoris Causa, pela Universidade Estadual do Rio de Janeiro (2000).

Rachel de Queiroz e suas principais obras: O Quinze, 1930;  João Miguel, 1932; Caminho de Pedras, 1937; As Três Marias, 1939; A Donzela e a Moura Torta, 1948; O Galo de Ouro, 1950; Lampião, 1953; A Beata Maria do Egito, 1958; Cem Crônicas escolhidas, 1958; O Brasileiro Perplexo, 1964; O Caçador de Tatu, 1967; O Menino Mágico, 1969; Dora, Doralina, 1975; As Menininhas e Outras Crônicas, 1976; O Jogador de Sinuca e Mais Historinhas, 1980; Cafute e Pena-de-Prata, 1986; Memorial de Maria Moura, 1992; Cenas Brasileiras, 1995; Nosso Ceará, 1997; Tantos Anos, 1998; Memórias de Menina, 2003 e a Pedra Encantada, 2011.

Rachel de Queiroz por meio do DECRETO Nº 27.251, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2003 DOE nº 221, 18 de novembro de 2003, honra o Corpo de Bombeiros ao nominar nosso Colégio Militar com seu nome.

Rachel de Queiroz faleceu em sua casa no Rio de Janeiro, de um ataque cardíaco, no dia 4 de novembro de 2003.